ÒGÚN ALÁGBEDÉ

Alágbedé, o ferramenteiro dos orixás.

Ogun Alágbdedé é muito trabalhador e dedicado, era ele quem criava, forjava e empunhava os metais para o uso contínuo, na qual se usava madeira, pedras e cascalhos, somente Ogun, percebeu a necessidade de um material resistente e mais forte, assim, vendo o minério do ferro, criou a mais potente e uma das melhores invenções de todos os tempos, o metal.

Alágbedé é representado pelo Iríyn-Kéré Jú (Ferramentas em miniaturas) onde se coloca em vários assentamentos, principalmente em igbás e representações do orixá Ogun.

Tem Oxóssi como seu irmão e Yemonjá Oguntè como sua esposa. Também tem ligações com Odé Ínle, o pescador, e devido à isso, foi Alágbedé quem criou as armas e apetrecho de pesca também.

Uma de suas lendas contam como era tão grande inventor.

Okô é o orixá fúnfún da agricultura, porém, ele não é agricultor, estes seriam Ogun e Oxóssi. Certa vez, Ogun e Oxóssi capinavam e arestavam os campos para a plantação e colheita, Oxoguian, passava por ali e percebia sempre como era dificultoso. Este propôs uma ideia à Ogun, dizendo-lhe que se usasse os metais que Ogun forjava para o manuseio com as colheitas, seria mais eficaz. Ogun percebendo a grande ideia de Oxoguian, criou junto à Oxóssi enxadas, arestas, picaretas, machados, foices, facões e outros utensílios que usariam para a planta e colheita. Oxóssi ao usar nos campos percebeu a diferença e a eficiência dos materiais, e Ogun então a partir daí, criou ferramentas para todo tipo de coisa que se poderia fazer. Ogun junto à Oxóssi e Oxoguian levaram a agricultura ao progresso.

Outras lendas contam como Alágbedé tinha uma certa rivalidade com Warí (o grande ferreiro da Cidade de Osogbo, tido como uma qualidade de Ogun aqui no Brasil). Este sendo o forjador dos metais feito do ouro.
Alágbedé e Warí disputavam entre sí qual melhor inventor e ferreiro eram, ambos competentes e esforçados, porém, os dois viviam competindo para ser o melhor dos ferreiros. Nisso muitos metais se desgastaram e o minério se distinguia. Alágbedé era casado com Yemonjá e Warí com Oxum. Tanto Yemonjá quanto Oxum não aguentavam mais a disputa dos dois, então fizeram um próposito, Alágbedé ficaria com os metais de cor prata, enquanto Warí ficaria com os metais de cor dourada. Assim, acabou-se a disputa pelos materias, pois, Alágbedé não se utilizaria mais do ouro e nem Warí mais do minério do ferro ou da prata.

Alágbedé também representa todas as invenções e criações feita pelos homens, o motivo das evoluções, pois, foi o ferro que levou os homens a se evoluírem e a crescerem. Novas descobertas, novas aventuras e conhecimentos, esse é o arquétipo deste Ogún, junto à Oxóssi, fazem novas experiências e marcam como nomes disso todas criações que levaram à todos a facilidade e comodidade da tecnologia. Traduzindo, Alágbedé é o senhor da tecnologia, naves, carros, caminhões, navios, foguetes, aviões e exatamente tudo que foi criado não só para evolução mas também como meio de transporte para homens.

Ogún de grande simbologia, Alágbedé é considerado o patriarca do crescimento humano no mundo tecnologico e evolutivo, nos campos, mares, ares e casas. É Alágbedé quem coordena.

Sua iguaria predileta é o prato de miúdos de bode com dendê chamado de Wéwé-Eran òbúko Epò, mas, também lhe é servido o feijão preto com dendê e cebolas cortadas em rodela, o inhame assado regado com dendê e mel e os grãos torrados. Seu fio é o típico azul-marinho. Pode ter ligações com Oxóssi, Yemonjá, Erinlé, Oyá e Oxoguian.

Sua saudação:
Ákorò Ní’ Alágbedé, Ogún Iyè!